segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O inseto, o gato, o cãozinho, a caixa e o menino

Um poeta escrevia bonitos versos, sentado no banco de uma praça.
Foi quando um pequeno inseto veio lhe tirar o sossego:

_Ah, inseto insignificante! Deixe-me escrever coisas grandiosas aqui no meu sossego!

Esbraveou o poeta ao inseto, que reunido a sua insignificância, foi embora.
O poeta continuou então a escrever seus versos, até que um gato veio a se passar pelas suas pernas.

_Gato chorão, não tenho tempo para te dar carinho, já dediquei todo o meu carinho aos meus versos. Saia daqui imediatamente!

O gato, sem mais delongas, havia entendido o recado e foi procurar outra pessoa... uma que tivesse mais tempo.
O poeta, então, voltou a esboçar amor em papel, quando um cãozinho começou a latir para o poeta. O cãozinho parecia se comunicar com o poeta, chamava-o para brincar pela praça.

_Ô seu vira-lata, vê se eu tenho idade de criança, se eu ainda acho graça nessas coisas pueris.

O cãozinho botou o seu rabinho entre as pernas e seguiu seu rumo.
Foi então, que trazida pelo vento, uma caixa de papelão bateu nas pernas do poeta, que rapidamente bradou aos 4 cantos da praça.

_Que desgraça, será que nem os ventos dessa praça miserável vão me deixar em paz para que eu possa escrever. Eu só queria silencio no mundo, para que pudesse inventar meus sentimentos e passa-los para o papel.

_Senhor poeta.

Uma voz doce e infantil surgia no meio de tanta grosseria, era um menino sujinho, sujinho.

_O que é, filhote de mendigo?
_O senhor, não quer ser meu pai por esse final de tarde? Acho que o senhor precisa de sentimentos verdadeiros, mesmo que fossem por um final de tarde.
_Moleque atrevido, veja lá se eu um poeta majestoso precisaria da sua ajuda. Suma da minha frente, leve com você essa caixa e procure por essa praça seres a sua altura e que precisem de você. Procure um inseto, um gato carente e vira-lata que queria brincar. Vocês se completam perfeitamente, fazem coisas pequenas e idiotas.
_Tudo bem, senhor poeta. Só queríamos ajudar.
_Não preciso de ajuda, nem de amor ou coisas parecidas. Depois de um certo tempo você só precisa saber mentir.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eu Chamo de Tortura Recíproca, Outros Chamam de Poeira

Morena, essa sua dor é grande.
Imensurável, rogador gigante
Ai, como é bonito seu sorriso
Ai, me lembra o paraíso
Não sei como te fazer sorrir

Sei não, se é um xote ou um baião
Tem-se sorte ou não tem não
Se for lamento pra minha oração
Vem cá, espera o choro cessar
Essa poeira baixar
E sua sandália vai levantar

Riqueza, me lembro daquela noite
Afogavam-nos em ilusões
Você encarava como um castigo
Eu faria o que preciso
Pra te ver mais uma vez sorrir

Sei não, se é um xote ou um baião
Tem-se sorte ou não tem não
Se for lamento pra minha oração
Vem cá, espera o choro cessar
Essa poeira baixar
E sua sandália vai levantar

Uma poeira de alegria

"Você não sabe o que eu faria pra te fazer sorrir, pra te beijar, abraçar e te sentir mais uma vez. Você não pode mensurar, morena. Como queria voltar no tempo e ver você mais uma vez em meus braços... "

Sei não, se é um xote ou um baião
Tem-se sorte ou não tem não
Se for lamento pra minha oração
Vem cá, espera o choro cessar
Essa poeira baixar
E sua sandália vai levantar

Uma poeira de alegria